sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Extremos sobre ARANHAS no Brasil

Este é um blog dedicado a biologia animal 
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Abaixo, apresento dois tipos de aranhas no Brasil que exemplificam bem a grande variabilidade de aranhas no Brasil e que tamanho não significa ser mais venenosa! muito pelo contrário... Veja estes dois exemplos extremos: A maior Aranha do mundo esta na nossa região amazônica - a
THERAPHOSA BLONDI , que chega a mais de 30 cm, mas eu veneno não tem potencia. Porém, uma outra aranha bem menor - a ARANHA MARROM, do gênero Loxoceles  (menor q. 2 cm) é a que possui o veneno mais poderoso e fatal, podendo matar em casos extremos em apenas 6 horas.
Veja as descrições de cada uma delas abaixo:

THERAPHOSA BLONDI
A aranha-golias-comedora-de-pássaros, também conhecida como aranha-golias ou tarântula-golias, é considerada o maior aracnídeo do mundo, em massa corporal (na foto acima esta comendo um rato). Endêmica do norte da Amazônia brasileira, é também encontrada na Guiana, no Suriname e na Venezuela. É uma espécie de tarântula. É bastante conhecida por criadores de aranhas, chamando-lhes a atenção pelo seu tamanho (que chega a incríveis 30 cm ou até um pouco mais). É uma espécie que só deve ser manipulada por pessoas com experiência, pois apresenta um comportamento muito agressivo. É uma das aranhas que possuem órgãos estriduladores, o que permite fazer um barulho chiado quando ameaçada. Seus pelos abdominais são extremamente urticantes e sua picada é muito dolorida devido ao tamanho de suas quelíceras (podem passar de 2 cm de comprimento) Na foto abaixo .
 
Esses animais podem viver mais de dez anos.Comem normalmente insetos como grilos, gafanhotos, baratas, mas podem comer pássaros, pequenos roedores, lagartos, sapos, algumas cobras e também têm comportamento canibalístico, podendo comer outras aranhas de sua espécie.
 
ARANHA MARROM (Loxosceles)
Aranha pouco agressiva, com hábitos noturnos. Encontra-se em pilhas de tijolos, telhas, beira de barrancos; nas residências, atrás de móveis, cortinas e eventualmente nas roupas.
Ações do Veneno: Parece que o componente mais importante é a enzima esfingomielinase-D que por ação direta ou indireta, atua sobre os constituintes das membranas das células, principalmente do endotélio vascular e hemácias, ativando as cascatas do sistema complemento, da coagulação e das plaquetas, desencadeando intenso processo inflamatório no local da picada, acompanhado de obstrução de pequenos vasos, edema, hemorragia e necrose focal. Nas formas mais graves, acredita-se que a ativação desses sistemas leva a hemólise intravascular. Abaixo, um exemplo de como pode ficar uma lesão no local a picada desta aranha;
 Quadro Clínico: A picada quase sempre é imperceptível e o quadro clínico se apresenta sob duas formas:
Forma Cutânea: 87 a 98% dos casos. Instalação lenta e progressiva. Sintomas: dor, edema endurado e eritema no local da picada, pouco valorizados pelo paciente. Acentuam-se nas primeiras 24 a 72 horas após o acidente, podendo ser:
  • Lesão incaracterística: bolha de conteúdo seroso, edema, calor e rubor, com ou sem dor em queimação.
  • Lesão sugestiva: enduração, bolha, equimose e dor em queimação.
  • Lesão característica: dor em queimação, lesões hemorrágicas focais, mescladas com áreas pálidas de isquemia (placa marmórea) e necrose.
As picadas em tecido frouxo, como na face, podem apresentar edema e eritema exuberantes. A lesão cutânea pode evoluir para necrose seca (escara) em cerca de 7 a 12 dias, que, ao se destacar em 3 a 4 semanas, deixa úlcera de difícil cicatrização. As mais comuns alterações do estado geral: astenia, febre nas primeiras 24 horas, cefaléia, exantema morbiliforme, prurido generalizado, petéquias, mialgia, náuseas, vômito, visão turva, diarréia, sonolência, obnubilação, irritabilidade, coma.

Forma Cutâneo-Visceral (hemolítica): 1 a 13% dos casos. Além do comprometimento cutâneo, observam-se manifestações clínicas decorrentes da hemólise intravascular como anemia, icterícia e hemoglobinúria, que se instalam geralmente nas primeiras 24 horas. Petéquias e equimoses, relacionadas à coagulação intravascular disseminada (CIVD). Casos graves podem evoluir para insuficiência renal aguda, que é a principal causa de óbito no loxoscelismo.